Revolução Industrial
A
expressão Revolução Industrial foi difundida a partir de 1845, por Engels um
dos fundadores do socialismo científico, para designar o conjunto de transformações técnicas e econômicas que
caracterizam a substituição de energia física pela energia mecânica, da
ferramenta pela máquina e da manufatura pela fábrica no processo de produção
capitalista.
Razões
Acumulo de capital - Comércio colonial: desde o ano de 1651,
quando Oliver Cromwell decretou os Atos de Navegação e Comércio, que
asseguraram exclusividade aos navios ingleses para o transporte de mercadorias
para o seu país, que a Inglaterra passou a controlar o comércio mundial de
larga escala. Isso permitiu a organização de um vasto império colonial que, ao
mesmo tempo, será seu mercado consumidor de produtos manufaturados e fornecedor
de matérias primas.
Existência de matéria prima: a Inglaterra não tinha dificuldades de
acesso às matérias primas básicas para seu desenvolvimento industrial. Era rica
em minério de carvão, lã, algodão (obtido nos EUA) etc.
Mão de obra barata: o estabelecimento do absolutismo na
Inglaterra no século XVI levou a burguesia em aliança com a nobreza a promover
um processo de expulsão dos camponeses de suas terras. Estas terras foram
cercadas e transformadas em áreas de pastagens para ovelhas que ofereciam a
matéria prima básica para o tecido: lã. Houve, portanto, um intenso êxodo
rural, que tornou as grandes cidades um lugar onde se encontrava uma grande
disponibilidade de mão de obra. Dessa maneira, os salários sofreram um
rebaixamento, fato que contribuiu para a elevação da produtividade na
indústria.
Mercados Consumidores
- Inicio da condição básica para industrialização
Motivos que
contribuíram para o pioneirismo Inglês na Revolução Industrial
- Lei dos cercados: a
nobreza expulsou os camponeses de suas terras. Surgiram grandes latifúndios,
onde se criavam ovelhas (que ofereciam matéria-prima para a indústria têxtil) e
empreendimentos agrícolas de diversas naturezas;
- Revolução agrícola (capitalismo no campo);
- O êxodo rural para as cidades provoca o surgimento de mão de obra abundante e barata;
- Regime Liberal (desde a Revolução Gloriosa);
- Existência de ricas jazidas de carvão;
- Notável progresso nas ciências aplicadas.
- Revolução agrícola (capitalismo no campo);
- O êxodo rural para as cidades provoca o surgimento de mão de obra abundante e barata;
- Regime Liberal (desde a Revolução Gloriosa);
- Existência de ricas jazidas de carvão;
- Notável progresso nas ciências aplicadas.
Produção Capitalista
O surgimento dos primeiros comerciantes e artesãos
livres nas pequenas cidades medievais foi o germe de uma sociedade nova que, no
decorrer de alguns séculos, substituiria o sistema feudal. No capitalismo, as
classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão, mas pela posse ou
carência de meios de produção e pela contratação livre do trabalho.
Capitalismo é o sistema econômico que se
caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção -- máquinas,
matérias-primas, instalações. Nesse sistema, a produção e a distribuição das
riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados
pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário dos meios
de produção, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que,
após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um
excedente denominado lucro.
As duas condições essenciais que determinam o modo
capitalista de produção são:
- A existência de capital, conjunto de recursos que se aplica na compra de meios de produção e força de trabalho;
- Existência de trabalhadores livres, que vendam sua força de trabalho em troca de salário.
Definem-se assim as duas classes sociais básicas: a
dos capitalistas e a dos assalariados.
São chamados capitalistas os países cujo modo de
produção dominante é o capitalista. Neles coexistem, no entanto, outros modos
de produção e outras classes sociais, além de capitalistas e assalariados, como
artesãos e pequenos agricultores.
Fase
Inicial da Revolução Industrial
A
Máquina a Vapor
Até
a invenção da máquina a vapor praticamente só se dispunha de duas máquinas como
fonte de energia na Europa: a roda hidráulica e o moinho de vento, que quando
muito ofereciam 10 cavalos de energia. A maior roda hidráulica de toda a Europa
foi construída para servir às necessidades do Palácio de Versalhes na França,
em 1682, durante o reinado de Luís XIV, funcionando bem chegava a produzir 75
cavalos de energia. Não foi fácil chegar à máquina a vapor. Até o século XVIII
não havia uma ideia clara sobre os gases, que frequentemente eram considerados
substâncias misteriosas. Dênis Papin, físico francês, expôs em 1690, uma ideia
que se constituiu no ponto de partida para aqueles que inventaram a máquina a
vapor.
As ideias de Papin foram aperfeiçoadas
e testadas por Thomas Newcomen e por James Watt. Em 1712 ficou pronto o
primeiro motor de Newcomen, o princípio desse motor era bem simples. Baseava-se
no mesmo fenômeno verificado por Papin: o de que, ao passar do estado gasoso
para o líquido, a água tem seu volume diminuído. Entretanto, o motor de
Newcomen era lento, desenvolvia apenas 5 HP, mas se constituía no mais
eficiente meio para bombear água naquele momento. Em meados do século XVIII, os
motores Newcomen já estavam bem aperfeiçoados; os engenheiros da época tentaram
adaptá-los para impulsionar outras máquinas. Em 1780, James Watt, utilizando um
sistema de engrenagens planetárias, construiu um novo motor que adaptava um
condensador especial, separado do pistão, para resfriar o vapor, dando grande
eficiência ao motor que chegou a produzir mais de 1000 HPs.
A Indústria Têxtil
O desenvolvimento da máquina a vapor
deu um grande impulso na indústria têxtil que tem sido considerada um exemplo
clássico de desenvolvimento fabril na Revolução Industrial. Por milhares
de anos, os povos usaram de um mesmo método para fiar a lã em estado natural.
Realizada a tosquia do carneiro, as fibras de lã eram lavadas e
enroladas em cordões, secadas eram amarradas a fusos pesados. A fiação era
feita uma a uma, manualmente.
Em 1755, John Kay, inventou a
lançadeira volante, que trabalhando com mais fios, possibilitou aumentar a
largura dos tecidos e a velocidade da fabricação. Em 1764, James Hargreaves,
inventou a maquina de fiar que consistia em uma quantidade de fusos dispostos
verticalmente e movidos por uma roda, além de um gancho que segurava diversos
novelos.
Em 1769,
Richard Arkwright, desenvolveu uma máquina que se associava à máquina a vapor.
Essas máquinas passaram a ter uma importância crescente com a substituição da
lã pelo algodão. Este era fiado com mais facilidade, e por sua abundância nas
plantações do Sul dos EUA permitiu grande desenvolvimento da indústria têxtil.
A Metalurgia
O uso do minério de ferro na confecção
de instrumentos e artefatos para auxiliarem o dia-a-dia do homem data da
pré-história. Fazendo fogueiras o homem percebeu que algumas pedras se
derretiam com o calor e passou a moldá-las. Desde esse momento, vários povos se
utilizam da metalurgia. Entretanto, foi durante a Revolução Industrial que
novos métodos de utilização do minério de ferro generalizaram essa matéria
prima. Entretanto, os ingleses já dispunham de altos fornos para trabalhar o
ferro desde o século XV.
A abundância de carvão mineral na
Inglaterra possibilitou a este país, substituir as máquinas confeccionadas em
madeira por ferro. No processo da chamada Segunda Revolução Industrial, Henry
Bessemer, estabeleceu um método inovador de transformação do ferro em aço. Por
sua resistência e por seu baixo custo de produção, o aço logo suplantou o
ferro, transformando-se no metal básico de confecção de instrumentos e utilitários.
Características
1ª Revolução Industrial teve inicio na
produção têxtil, teve como base o ferro, carvão mineral e o algodão. Criou uma
classe operária, péssimas condições de trabalho e moradia, ausência de
legislação trabalhista, longas jornadas de trabalho.
2ª Revolução Industrial, os transportes se revolucionaram, introdução de novos combustíveis
(eletricidade, petróleo), uso do aço, criação de motores. A construção
ferroviária se tornou um investimento industrial.
3ª Revolução Industrial, se caracterizou pela alta tecnologia, informática,
radio e televisão, substituição da mão-de-obra por trabalho robóticos,
toyotismo.
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