sábado, 24 de março de 2012

Economia II

Economia Positiva e Normativa

Economia positiva e economia normativa. A teoria efetiva de decisões de escolha nem sempre é fácil, como sabemos, especialmente quando envolve coletividade. Diferentes pessoas têm opiniões e interesses distintos; a escolha nesse caso envolve uma compatibilização de diferentes objetivos, ou distintos juízos de valor (ou juízos morais). Isso pertence ao campo da chamada Economia "normativa". Por outro lado, enquanto fazem teorias para explicar a realidade, analisar e explicar os fenômenos econômicos tais como são, os economistas estão no campo da chamada Economia "positiva". Ou seja:
  • Economia Positiva: tenta descrever a economia como ela é: descritiva: o economista se comporta como cientista;
  • Economia Normativa: faz afirmações sobre como a economia deveria ser: prescritiva: o economista se comporta como político.
Exemplos:
Duas economistas, Maria e Ana.
Maria: - Leis que obrigam o pagamento de salário mínimo podem causar desemprego. (afirmação de economia positiva)
Ana: - O governo deveria aumentar o salário mínimo. (afirmação de economia normativa)

Checamos a validade de afirmações de economia positiva e de economia normativa de forma diferente:

Economia Positiva: afirmações podem ser confirmadas ou não pela evidência empírica: você pode, por exemplo, checar a validade da afirmação de Maria analisando dados de alteração de salário mínimo e alterações do desemprego ao longo do tempo (você estaria se comportando como cientista e recorrendo à economia positiva).

Economia Normativa: não podemos checar a validade de afirmações normativas recorrendo apenas a dados: concordar ou não com Ana não é meramente uma questão de ciência: opiniões políticas também estão envolvidas

Vamos dar outro exemplo. Imagine que você leia uma notícia que diz: "o preço do tomate subiu 15% nos últimos três meses, o que pode ser atribuído à redução da produção pela escassez de chuvas nas áreas produtoras". É uma afirmativa sobre uma questão de fato: houve um aumento de preços, e se oferece uma explicação para ele. 

É possível que haja divergência sobre essa explicação - outros analistas podem julgar que a causa do aumento do preço foi pelo aumento do óleo diesel, por exemplo, onerando o custo de transporte. Essa divergência poderá, em princípio, ser dirimida por uma análise cuidadosa dos dados, resolvendo a questão de forma objetiva. Ou não: poderão persistir interpretações distintas, se os analistas não chegam a um consenso. De qualquer forma, estamos no campo da Economia positiva, da análise das coisas como são. Mas se consta da notícia a opinião do jornalista de que, diante da subida de preços, o governo deveria subsidiar o preço do tomate para as famílias mais pobres, isso é uma prescrição de política; uma proposição de Economia normativa, portanto.

É necessário atentar, no entanto, para o fato de que o economista, e de modo geral o cientista social, dificilmente pode ser tão objetivo e neutro quanto o físico, por exemplo, quanto a este analista e estrutura da matéria. O cientista social pertence à realidade que analisa, tem, em relação a ela, opiniões, juízos de valor e interesses, com qualquer outro agente econômico. Sendo humano, pode, eventualmente, ser influenciado por essas suas posições -  ainda que inconscientemente -  quando faz análise que se pretende científica e objetiva.

Quando estão envolvidas no desenho e aplicação de políticas econômicas -, ou seja, em ações do Governo na área econômica -  os economistas estão, tipicamente, praticando Economia normativa, buscando agir sobre a realidade, impulsionando-a em determinada direção.

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